título de trabalho
work title
textos selecionados
selected texts

coisas vivas, 2024
resistance of Breda or las lápidas, 2024
mutatis mutandis, 2024
colonial crime cabinet, 2024
cabeça, corpus e membros, 2022
projeto terra de José Ninguém, 2021 projeto eaux des colonies, 2020-2021
good apples | bad apples, 2019-2023
lanterna mágica, 2012
Río-Montevideo, 2011/2016
corpo extranho africano, 2011
per fumum, 2010-2011
menos-valia [leilão], 2010
matéria de poesia, 2008-2013
febre do sertão, 2008
a última foto, 2006
apagamentos, 2004-2005
experiência de cinema, 2004
corpo da alma, 2003-2009
bibliotheca, 2002
espelho diário, 2001
série vermelha (militares), 2000-2003
cartologia, 2000
vera cruz, 2000
parede cega, 1998-2000
vulgo/texto, 1998
vulgo, 1997-2003
cerimônia do adeus, 1997/2003
cicatriz, 1996/2023
paisagem de casamento, 1996
hipocampo, 1995/1998
círculos viciosos (472 casamentos cubanos), 1995
imemorial, 1994
atentado ao poder, 1992
a bela e a fera, 1992
duas lições de realismo fantástico, 1991/2015
as diferentes idades da mulher, 1991
obituários, 1991
paz armada, 1990/2021
anti-cinema, 1989

Rennó ou a beleza e o dulçor do presente

Textos relacionados ao trabalho

  • irmãs siamesas


Texts linked to the work irmãs siamesas


    […] É no universo da familiaridade e do álbum de família que se introduzem fantasmas e terrores na obra de Rosângela Rennó. Em Irmãs Siamesas (1988), duas fotografias de mulheres são unidas por um traço a lápis. Um signo gráfico é sobreposto à imagem para consignar, sobre o retrato de família, que a fotografia é o laço afetivo que atravessará o tempo. O deslocamento é do lugar no cérebro do arquivo da memória visual para a usina do esquecimento. O congelamento do tempo, reiterado nas operações físicas sobre o corpo (desbotamento, cortes, recortes, projeções), aponta para uma lógica também fora da imagem. Onde a fotografia seria agenciamento da morte (como interpreta Roland Barthes) (21), fragmentos fotográficos e migalhas de desejo reintegram uma presença e, finalmente, apontam para a construção do Sujeito. O fetiche fotográfico incide sobre uma ideia de falta justamente ali onde o Sujeito se constitui. Rosângela Rennó produz, cruamente, identidades melancólicas, imagens que reivindicam a nostalgia de um dia terem sido alguém. […]


       1.       Roland Barthes, A Câmara Clara, Lisboa, Edições 70, 1981, p.129: “Todos esses fotógrafos que se agitam no mundo, dedicando-se à captação da atualidade, não sabem que são agentes da Morte. É o modo como o nosso tempo assume a Morte: sob o álibi denegatório do terrivelmente vivo, de que o fotógrafo é, de certa forma, o profissional”.


    HERKENHOFF, Paulo. Rennó ou a beleza e o dulçor do presente. In Rosângela Rennó. Edusp: São Paulo, 1996, pp. 115-191.


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